14 de julho de 2020 | 

Amazon planeja comprar start-up de carro

A Amazon, gigante do varejo online, dá mais um passo em direção ao plano de entregas por veículo autônomo. Quer saber mais? Acompanhe o artigo.

A Amazon está em negociações para a compra da Zoox, uma empresa de veículos autônomos fundada em 2014 com sede no Vale do Silício. Tudo indica que o objetivo é reduzir os custos com as entregas, e o motivo foram os US$ 37,9 bilhões gastos pela gigante do varejo com o transporte de cargas no ano passado. A lógica de Jeff Bezos, CEO da empresa, parece apontar para o fato de que veículos capazes de entregar mercadorias sem o auxílio de motoristas poderiam reduzir despesas consideravelmente.

O interesse da Amazon pela tecnologia dos carros autônomos não é recente. A empresa, que chegou a criar uma equipe própria para desenvolver veículos sem motoristas, participou, no ano passado, de uma rodada de investimentos de US$ 530 milhões na Aurora Innovation, outra start-up de automação. A gigante investiu ainda na Rivian Automotive, uma fabricante de carros elétricos. No entanto, no caso da Zoox seria a primeira vez que esses movimentos envolvem uma aquisição.

A start-up, por sua vez, tinha o objetivo de desenvolver um carro elétrico sem motorista e um serviço de robô-táxi. O projeto de um veículo esportivo modificado já estava sendo testado nas ruas de São Francisco e Las Vegas, nos EUA, mas as mudanças provocadas no mercado pela pandemia atingiram em cheio a empresa, que teve de dispensar funcionários para conter os gastos.

Sem muitas condições de sair da crise, foi preciso mudar os planos. Em nota, a Zoox afirmou que muitos parceiros demonstraram interesse em uma transação estratégica, e as propostas estão sendo analisadas. Informações não oficiais dão conta de que o valor da transação com a Amazon não deve ultrapassar os US$ 3,2 bilhões atribuídos à start-up em 2018.

Esse é um setor em que as companhias precisam de um parceiro estratégico. A Waymo, por exemplo, já está testando seu serviço de frete autônomo com caminhões sem motorista. Algumas reportagens indicam que a Tesla, de Elon Musk, poderia ter interesse nesse mercado.

Pedido na mão rapidamente

Verdade seja dita: o foco da Amazon na entrega rápida tem movimentado a empresa há muito tempo. O pacote de benefícios para associados da Amazon Prime, por exemplo, realiza entregas em até 48 horas, e o Amazon Prime Now deixa o produto na porta do cliente em até duas horas. No primeiro caso é necessário pagar anuidade, mas existem algumas vantagens em contrapartida, como a remessa gratuita de um dia ou para o mesmo dia, o acesso antecipado às ofertas-relâmpago e aos mais diversos livros, entre outras.

No Amazon Prime Now, há um valor preestabelecido para a compra mínima. Quem não o atingir precisa pagar uma taxa. Entregas em uma hora ou de apenas alguns itens também têm cobrança de taxa. O serviço contempla a maioria das cidades, as áreas metropolitanas dos Estados Unidos, e avança para outros locais conforme cresce em popularidade.

A Amazon também investe na tecnologia a favor das entregas mais rápidas. O primeiro drone de entregas da empresa, quase um quadricóptero, evoluiu para um modelo híbrido – parte aeromodelo, parte helicóptero – alimentado com dados armazenados na nuvem. O aparelho é capaz de corrigir o percurso e reconhecer elementos em rota de colisão, tomando medidas em tempo real para evitar qualquer tipo de contratempo.

O Prime Air, como o sistema foi batizado, tem como protagonista um drone de entregas elétrico autônomo, que reconhece o local onde vai pousar para deixar a mercadoria e ainda retorna ao ponto de origem. A ideia da Amazon parece ser mais do que uma jogada de marketing e vem evoluindo para tornar o processo de entregas mais rápido e dinâmico, embora ainda esbarre em alguns trâmites legais dessa nova forma de transportar a mercadoria até o cliente final.

Sempre em busca de inovações, a gigante do varejo lançou, em 2018, um programa de parcerias para assegurar a entrega imediata de artigos aos clientes Prime. O objetivo da empresa com a iniciativa é incentivar a criação de pequenas empresas de distribuição para ajudá-la com a demanda. Os interessados têm descontos em carrinhos de entrega com o logo da empresa, uniformes, combustível, seguro, entre outros benefícios. O investimento mínimo é de US$ 10 mil, com a expectativa de gerar, anualmente, US$ 300 mil em lucros.

Para completar, a Amazon também inovou nas entregas de alimentos. Essa ação trouxe novas oportunidades de venda, pois aumentou o volume de pedidos nesse segmento. Além disso, a gigante do varejo também realiza entregas para seus parceiros comerciais. Afinal, flexibilidade é parte importante de sua estratégia – e precisa ser, pois os desafios são constantes!

Apesar de ter vencido os vários desafios logísticos surgidos com a pandemia da Covid-19 e ver suas vendas subirem 26% no primeiro trimestre deste ano, chegando à marca dos US$ 75,5 bilhões, a Amazon também viu seu lucro cair 31% durante o período. O motivo foram os maiores custos de operação e os grandes investimentos para dar conta da demanda. No entanto, a empresa valoriza a logística e vem mostrando que vale a pena realizar mudanças para ampliar as possibilidades.

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