30 de abril de 2019 | 

O que é logística verde

Instrumento de gestão minimiza impactos ao meio ambiente

Se, de um lado, a produção das indústrias mantém em movimento contínuo o comércio de produtos cujas vidas úteis estão cada vez mais curtas, de outro existe a expectativa de entrega de um consumidor cada vez mais interessado em questões relacionadas à sustentabilidade e à preservação do planeta. Entre um ponto e outro está a atividade logística e os impactos provocados no meio ambiente. Para diminuir ou tentar zerar qualquer intervenção negativa na natureza é que surgiu o conceito de logística verde.

A logística verde vem influenciando o gerenciamento da cadeia de suprimentos, coordenando atividades para mensurar e diminuir esses impactos desde a saída dos produtos da fábrica, passando pelo transporte e o armazenamento, até o recolhimento de produtos que serão descartados. A atividade colabora para conter o aumento abusivo da emissão de poluentes, o armazenamento desprotegido de materiais e a ausência de reaproveitamento. Ela caminha junto com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10). Além de ajudar a sociedade ampliando o desenvolvimento sustentável, a prática colabora também para atrair e fidelizar consumidores cada dia mais atentos a projetos ambientais.

Entre as questões importantes monitoradas pelas empresas que desejam adotar melhores práticas de gestão ambiental, estão a vida média dos pneus usados para transporte de cargas, a quilometragem por galão de combustível utilizado, a otimização de rotas, o total do aproveitamento de espaço de carga pelos veículos e metas de redução de resíduos de embalagens.

A substituição de combustíveis fósseis, originados do petróleo, por combustíveis amigos do meio ambiente, como os renováveis ou os biocombustíveis, também ajuda a diminuir a emissão de dióxido de carbono. Essas ações de logística verde ajudam a equilibrar a atividade em grandes pilares, como o econômico, o social e o de meio ambiente.

Uma cadeia de suprimentos verde pode, ainda, ajudar uma empresa a simplificar as soluções de automação e mobilidade, reduzir as despesas dos recursos naturais com um processo sem papel e usar o planejamento colaborativo de previsão para economizar tempo e energia.

Quanto às embalagens, a logística verde mantém o foco na adequação, redução e remanufatura. O Brasil já tem um caso de sucesso com relação às embalagens de agrotóxicos, recolhidas para descarte ecologicamente correto. E as fabricantes que utilizam embalagens em vidro e lata também atuam ativamente com o processo de reciclagem e recolhimento dessas embalagens após o descarte. A ideia da logística verde é reduzir o desperdício e aumentar a produtividade.

Engana-se quem pensa que logística verde e logística reversa são a mesma coisa. Ambas prezam pelo meio ambiente, é fato, mas a logística reversa, na verdade, é um braço da logística verde, cuja abrangência é bem maior. A reversa, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem por objetivo aprimorar o ciclo de reciclagem no país no que diz respeito a produtos eletrônicos, remédios, embalagens de óleos lubrificantes e agrotóxicos, bem como lâmpadas fluorescentes. Com ela, a indústria fica responsável por recolher os produtos quando são descartados. Eles voltam às fábricas, ou vão para desmanche e reciclagem das peças.

No todo, a logística verde representa a incorporação da variável ambiental na gestão empresarial, que tem se convertido em necessidade para as empresas que querem se perpetuar e crescer no mercado atualmente.

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