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11 de junho de 2018 | galpão logístico
A ideia é repensar as possibilidades do futuro, sempre tendo em vista o custo de implementação do presente. Entre elas estão a análise preditiva, os sistemas que tornam os processos mais eficientes no gerenciamento de carga, a rastreabilidade baseada em blockchain, os caminhões sem motoristas e até mesmo o advento dos hyperloops, aquele trem futurista que promete velocidades nunca vistas. A adoção de soluções tecnológicas deve-se, em grande parte, pelo crescimento do e-commerce, que necessita de mais eficiência em termos de transporte, manuseio, controle e armazenagem. Quem examina essa questão é o site Logistics Management no artigo Evolution of e-commerce: the possibilities of tomorrow.
A análise preditiva, por exemplo, faz uso do aprendizado da máquina e da inteligência artificial. O conceito visa ajudar empresas a entender dados e, ainda, dar recomendações sobre como responder a possíveis falhas ou oportunidades. Analisar e processar dados para que se transformem em informação e conhecimento é um dos maiores desafios atuais – porém, a tarefa pode ser considerada fácil em se tratando do aprendizado de máquina. Essas soluções tecnológicas procuram padrões e grupos de atividades para classificar o que é oportunidade ou perda, pensando também em demanda e em oferta. O aprendizado de máquina pode observar tendências de mídias sociais, atividades nos sites de comércio eletrônico, dados de pontos de venda (PDV) e até colher informações sobre o clima.
As empresas de logística modernas precisam de softwares que otimizem ao máximo as oportunidades. O uso de um sistema de gerenciamento de transporte (Transportation Management System em inglês) é uma dessas soluções tecnológicas que permitem gerenciar o transporte de cargas de forma mais eficiente. Tais ferramentas se conectam com empresas de frete ou caminhoneiros terceirizados, e, num esquema semelhante a um marketplace, dão a possibilidade de escolha do serviço mais adequado. As versões mais modernas ajudam também no planejamento. São conselheiros que verificam se o fracionamento de cargas em remessas menores faz sentido em nível de serviço e de custo.
As tecnologias de veículo automatizado estão progredindo rapidamente, mas, para ganharem tração e escala, as permissões regulatórias e as preocupações de responsabilidade precisam ser resolvidas. A tecnologia continua avançando em um ritmo mais rápido do que o da legislação. Um relatório da International Transport Forum (ITF) afirma que caminhões sem motoristas podem ser presença regular nas estradas nos próximos dez anos. Empresas como Google, Uber e Toyota estão investindo fortemente em pesquisa para abraçar essa novidade e oferecer a solução tecnológica aos seus clientes. Outra ideia é o “pelotão” de caminhões, em que um grupo dirige em formação com um motorista humano no caminhão-guia seguido por caminhões sem motoristas que seguem com espaçamento mínimo, melhorando a eficiência de combustível. O conceito já foi testado e obteve sucesso nos Estados Unidos.
Com o crescimento do comércio eletrônico, torna-se mais importante extrair estoque do local adequado. Por isso, a gestão do fluxo de pedidos está cada vez mais moderna, especialmente pela rápida adoção de sistemas de gerenciamento de pedidos distribuídos (Distributed Order Management). Esta solução tecnológica permite que uma empresa capture todas as informações dos canais. Isso inclui a entrada do pedido, o fornecimento, os pagamentos e o atendimento, trazendo vantagens como a flexibilidade e a otimização da rede de suprimentos.
Uma das soluções tecnológicas mais presentes e que pode ser adotada rapidamente é o blockchain. Essa forma de contabilidade distribuída se tornou sucesso e é a base das criptomoedas. Na logística seria útil para o rastreamento, já que pode armazenar transações entre muitos parceiros de maneira segura e fácil, permitindo saber exatamente em que lugar está cada mercadoria. Um dos usos para o blockchain seria o rastreamento de alimentos, itens de alto valor ou itens que correm risco de falsificação. O desafio, agora, é substituir tecnologias como o código de barras e adaptar os softwares já existentes. Outra questão é chegar a um consenso sobre que tipo de dados serão compartilhados, bem como resolver a questão de quem vai pagar pelo armazenamento das informações.
O crescimento do e-commerce está exigindo eficiência maior na entrega de última milha, pensando nas questões de custo e escala. A ideia é que transportadoras acompanhem de perto onde estão seus motoristas e caminhões e combinem esse conhecimento com as oportunidades de envio e remessas para clientes e parceiros. Em áreas urbanas ou metrópoles como São Paulo, isso vai exigir a construção de novos tipos de armazéns e centros de distribuição. Shopping centers antigos podem ser transformados em depósitos ou armazéns móveis.
Aguarde, espere e estude. Adotar tecnologias recentes, em vez de ser a solução, pode se tornar grande dor de cabeça. Um estudo americano intitulado “Abraçando um futuro digital: como os industriais podem desbloquear os benefícios das redes logísticas” (tradução livre) revela as dificuldades da implementação real desses softwares e serviços. Fala também que CEOs e gerentes de logística estão adotando uma abordagem cautelosa em relação a todas essas novidades. Fato é que todas as empresas devem estar preparadas para as mudanças e adaptações quando chegar a hora – o que deve acontecer em breve. Muitas delas investiram pesado nos últimos 20 anos e ainda continuam usando sistemas, softwares e processos que estão incorporados ao seu core. Engavetar tudo isso agora pode ser complicado, difícil e caro. E, claro, não custa lembrar: o negócio do supply chain ainda é baseado em relações pessoais e na construção de laços de confiança entre indivíduos. A tecnologia, por si só, não pode fazer isso.
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