23 de abril de 2019 | 

História da logística no Brasil

O sucesso do Plano Real e a abertura do mercado brasileiro provocaram uma grande mudança no relacionamento entre cliente e fornecedor e marcaram a história da logística no Brasil.

No Brasil dos anos 1960, o mercado não era dinâmico e globalizado como é nos hoje em dia. O cenário apresentava concorrência menor pela venda de produtos, que tinham ciclos de vida mais longos. Foi nessa época que o avanço no desenvolvimento e na diversidade dos produtos fez surgir as primeiras dificuldades no controle dos estoques.

A história da logística no Brasil já ensaiava os primeiros passos. A busca por opções para reposição, transporte e distribuição passou a ser constante e avançava na mesma proporção dos custos e da superlotação nas operações, que ainda dependiam de processos manuais. Para completar, a crise do petróleo de 1970 impactou intensamente o preço de toda a cadeia de abastecimento.

A preocupação com a dinâmica dos produtos se estendia para a pós-produção, e alternativas como transportes multimodais ganhavam espaço na história da logística no Brasil, agora apoiadas pelo surgimento de tecnologias que se faziam presentes ainda que de forma bastante tímida nas operações, mas que evoluíam rapidamente e conquistavam espaço, substituindo os demorados trabalhos manuais.

Na década de 1970, começaram a surgir algumas iniciativas no setor automobilístico com a movimentação e armazenagem de peças. A história da logística no Brasil ganhou outros ares. Na mesma década surgiram a Associação Brasileira de Administração de Materiais (Abam), a Associação Brasileira de Movimentação de Materiais (ABMM) e o Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais (Imam).

Nos anos 1980, a história da logística no Brasil volta suas atenções para o transporte, a armazenagem e o operador logístico. Chega do Japão o sistema de logística integrada desenvolvido pela Toyota. Em 1984, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) cria um departamento de logística para estudar as relações entre fornecedores e supermercados e, quatro anos depois, surge a Associação Brasileira de Logística (Aslog).

A inclusão de cálculos para estudos com administração, distribuição, movimentação e armazenagem de materiais teve início nos anos 1990. O Plano Real proporcionou o aumento do poder de compra dos consumidores; o fornecedor passou a ser mais exigido pelos clientes e o preço passou a não ser mais o único fator determinante no processo de compra. Além disso, a abertura do mercado brasileiro ao mundo globalizado gerou aumento na concorrência. Foi necessário olhar com mais cuidado para os canais de distribuição, buscando maior cooperação e integração desde o fornecedor até o consumidor final.

Com a estabilização da moeda brasileira, a administração dos custos passou a ser mais organizada. A informática cresceu com a Tecnologia da Informação (T.I), o desenvolvimento de softwares como o Warehouse Management System (WMS), para controlar e otimizar a movimentação de mercadorias, os códigos de barras e os sistemas para roteirização de entregas. Aliás, a tecnologia tem papel fundamental na evolução e na história da logística no Brasil, sinalizada também pelo surgimento do Enterprise Resource Planning (ERP), que trata da integração dos departamentos das organizações, facilitando o controle e o planejamento.

Outros avanços que vêm marcando positivamente a história da logística no Brasil estão nos sistemas de rastreamento (tecnologia embarcada) para as unidades móveis de diversos tipos modais; nos roteirizadores, que proporcionam menor dispersão de tempo e quilometragem; nas etiquetas de Radiofrequency Identification Data (RFID) – ou etiquetas inteligentes –, utilizadas para a comunicação e identificação de produtos via rádio frequência, bem como a separação de mercadorias por comando de voz, entre outros.

A evolução da internet trouxe o e-commerce, e os desafios da logística se multiplicaram com a terceirização, absorvendo informações para que os estoques diminuam os custos e os prazos, enquanto se buscam melhorias contínuas para agregar valor. A história da logística no Brasil fica ainda mais complexa com a chegada da logística reversa, embora ainda muito voltada às atividades do pós-venda.

Ainda há muito que caminhar. A logística é uma área dinâmica, que evolui todos os dias, sempre apontando o que ainda pode ser feito para a melhoria dos processos. O desenvolvimento da mão-de-obra é um bom exemplo do que ainda deve ser melhorado, pois não registrou o mesmo ritmo de desenvolvimento que o das tecnologias na história da logística no Brasil. As graduações e especializações começaram a surgir somente por volta dos anos 2000 e, ainda hoje, a experiência prática é mais utilizada nas operações que o conhecimento científico, o que não é suficiente para atender o mercado cada vez mais competitivo e exigente.

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