15 de setembro de 2020 | 

Como fazer gerenciamento de risco em transportes?

O gerenciamento de risco em transportes é ação estratégica para evitar problemas de percurso e grandes prejuízos em logística. Quer saber mais? Acompanhe o artigo.

De todos os meios de transporte de cargas, o modal rodoviário é o responsável por 60% da movimentação de mercadorias pelo país. Porém, tanta abrangência tem seu ônus: é quase impossível não se expor aos riscos inerentes à atividade, desde a saída da empresa até a entrega da carga ao cliente final.

De maneira simplificada, não é difícil listar alguns dos problemas enfrentados pelas transportadoras, inerentes ao modal rodoviário, que mais necessitam do chamado gerenciamento de risco em transportes, como os acidentes em razão das condições das estradas, a falta de manutenção dos veículos ou mesmo a imprudência do motorista, que acaba gerando multas e apreensões.

A lista pode incluir ainda a falta de documentação, a perda de produtos por extravio ou manuseio inadequado, a incompatibilidade do veículo à carga, os atrasos nas entregas, a má gestão da frota e o roubo de cargas.

O roubo de cargas é o risco que mais tira o sono dos empresários dos transportes e, quando constantes, podem levar a empresa ao colapso. Foram 18 mil ocorrências registradas em 2019, segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC). Os prejuízos chegaram à casa dos R$ 1,4 bilhão apesar da redução de delitos em 17%, em comparação com o ano anterior, e essa queda tem muito a ver com o gerenciamento de riscos em transportes promovido pelas empresas do setor.

Mas o que é gerenciamento de risco em transportes?

O gerenciamento de risco em transportes envolve algumas práticas definidas pela empresa com o objetivo de organizar e planejar atividades para minimizar prejuízos e tudo o que possa ameaçar o bom andamento das operações logísticas, alterando negativamente a qualidade da entrega ao cliente final. Afinal, evitar problemas é melhor do que resolvê-los.

A importância do gerenciamento de risco em transportes está justamente no direcionamento dado às ações que visam lidar com eventuais ameaças. Ele permite o real monitoramento para identificar e controlar os riscos e propõe ações importantes para proteger a empresa do inesperado.

Os benefícios do gerenciamento de risco em transportes são bem abrangentes. A ação possibilita aos gestores evitar gastos e problemas prejudiciais tanto para os funcionários quanto para a empresa, cumprir os prazos e garantir a entrega e a qualidade dos produtos. Como consequência, a reputação da empresa no mercado fica em alta.

Como fazer o gerenciamento de risco em transportes?

Planejamento

O primeiro passo para o gerenciamento de risco de transportes é o planejamento e o mapeamento, que identifica, analisa e busca soluções e recursos. Cada transportadora deve fazer sua avaliação e detectar os riscos, suas consequências, e definir ações de precaução ou minimização a serem implementadas.

Colaboradores adequados

Após todo o planejamento, o gerenciamento de risco em transporte tem início pela seleção adequada de motoristas e colaboradores acompanhada pela realização de testes psicológicos e práticos. As empresas podem também oferecer treinamento, assim como oportunidades de atualização para os motoristas. É necessário, ainda, que eles estejam com a saúde e os documentos em dia.

Roteirização

A roteirização elabora mapas otimizados de entrega calculando criteriosamente o trajeto e traça o melhor caminho para que o produto chegue ao cliente. A empresa configura o sistema e seleciona filtros como quilometragem, destino, tráfego na região, prazo de entrega, pedágios, custo com combustível e ocorrência de assaltos na área. A análise dessas informações colabora com o gerenciamento de risco em transporte.

O programa desenha rotas e alternativas para evitar atrasos, roubos e número alto de pedágios; também evita que o condutor seja pego de surpresa com obras ou congestionamento no percurso, permitindo que a viagem prossiga da melhor forma possível até o destinatário.

Auxílio da tecnologia

O gerenciamento de riscos em transportes pode e deve ser feito com o auxílio da tecnologia nas etapas operacionais. Soluções como a gestão de frota automatizada podem ajudar alertando sobre a manutenção, promovendo a gestão eletrônica do ciclo de vida dos pneus e mantendo um histórico detalhado dos veículos, por exemplo.

Um módulo TMS para rastreamento de carga pode reforçar a segurança, acompanhar o consumo de combustível, a frequência de manutenção, o índice de avarias e acidentes, a quantidade de multas e os gastos por veículo e por motorista.

Da mesma forma a tecnologia pode ajudar com a emissão facilitada de documentos obrigatórios e a importação automática de dados para trazer mais agilidade aos fretes. Caso a perda de mercadorias seja recorrente, ou a empresa tenha de lidar com artigos de alto valor, o investimento em tecnologias de rastreamento, câmeras nas dependências e até mesmo transporte com escolta deve ser considerado.

 O seguro morreu de velho

O objetivo maior do trabalho de gerenciamento de riscos em transportes é evitar o sinistro. Por isso, é essencial ter as devidas apólices de seguros. Serão elas que limitarão os prejuízos e garantirão a continuidade das operações da empresa.

Vale ressaltar que a averbação do seguro de carga deve ser feita antes do início da operação. Para isso, a tecnologia também pode ajudar. Os bons softwares TMS também realizam a averbação de forma integrada e automática, evitando esquecimentos e garantindo a cobertura em caso de sinistro.

Descarregamento e atendimento

Esta poderia ser vista como a última parte do processo de gerenciamento de riscos em transportes, com a carga entregue e o serviço quase concluído. Mas, na verdade, o momento é de início do verdadeiro trabalho de identificação de eventuais falhas que tenham ocorrido durante o trajeto, reiniciando o ciclo de identificação de novos riscos, análise, avaliação e a procura por ferramentas e métodos que possam minimizar problemas e maximizar ainda mais o desempenho.

Ouvir o cliente é fundamental nessa etapa, além de conferir os relatórios gerados pelas soluções tecnológicas e pela avaliação do gestor de operações. O atendimento ajuda nas correções e demonstra que a empresa se importa com a opinião do cliente, o que torna mais propícia a fidelização.

Avaliação de resultados

Depois de implantar o gerenciamento de risco em transportes é necessário averiguar se as estratégias adotadas estão sendo realmente eficazes, o quanto foi possível reduzir os riscos e as suas consequências. Para isso, é necessário analisar as estratégias aplicadas e os resultados obtidos.

Esse último passo traz a possibilidade de olhar para o futuro das operações, antecipando maneiras de descobrir quando os riscos envolvidos nas operações poderão acontecer. Nessa etapa, contar com indicadores e alertas é muito importante, pois facilita identificar quando um risco se torna relevante.

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