25 de agosto de 2020 | 

Clubes sociais retomam aos poucos as atividades

Reabertura de clubes na pandemia traz de volta os sócios para as atividades, principalmente ao ar livre.

Apesar de não estarem oficialmente proibidos de abrir por não se enquadrarem como atividade comercial ou prestadores de serviço, os clubes sociais de São Paulo permaneceram fechados durante a fase aguda da pandemia para resguardar os associados. A intenção das diretorias era a de, mais adiante, discutir com a prefeitura de que forma poderiam voltar a receber os associados.

A prefeitura paulistana assinou um protocolo de retomada consciente com representantes do setor no final do mês de junho, quando a cidade avançou de fase segundo o Plano São Paulo do governo estadual, que planeja a retomada das atividades. A orientação aos clubes na pandemia foi a de que a reabertura acontecesse de forma gradual – primeiramente apenas a dos locais ao ar livre, como as áreas para caminhada.

Sendo assim, o uso das piscinas continuava proibido, bem como o dos playgrounds e a prática de atividades esportivas. A reabertura dos espaços dos clubes na pandemia exige medidas de segurança e higiene, que contemplam desde o fornecimento de máscaras até o respeito às regras de distanciamento e triagem.

A ideia da reabertura dos clubes na pandemia foi logo acompanhada da necessidade de se estabelecer um rodízio de dias ou horários para que os espaços pudessem voltar a ser frequentados pelos sócios, tomando o devido cuidado de evitarem aglomerações. Além disso, a obrigatoriedade do uso de máscara se estende, é claro, aos colaboradores.

Cabe aos clubes na pandemia recomendar aos sócios idosos, diabéticos, cardiopatas, hipertensos e asmáticos, bem como às mulheres grávidas e/ou com bebês recém-nascidos, que permaneçam em casa respeitando o distanciamento social.

Ampliação cautelosa

De início, a reabertura dos clubes na pandemia ficou restrita aos dias de semana. Somente em 11 de julho ela foi liberada aos sócios, mas exclusivamente aos fins de semana. Segundo informações divulgadas na imprensa, o clube A Hebraica, por exemplo, localizado no nobre Jardim Paulistano, investiu mais de R$ 100 mil em protocolos de segurança, pois pelo menos 10% de seus 18 mil sócios pertencem ao principal grupo de risco para a Covid-19: o de pessoas idosas.

No clube, a desinfecção para os associados começa no estacionamento, com a limpeza dos sapatos. A estrutura para a higienização das mãos com álcool em gel e ações de aferição de temperatura ficam na entrada principal, e os sócios ainda passam por uma câmara de desinfecção antes de chegar à área social do clube.

No geral, os funcionários dos clubes na pandemia foram divididos em turnos rotativos de trabalho. Os que já voltaram para as atividades presenciais foram testados para Covid-19, enquanto os dos grupos de risco permanecem em casa. Por enquanto, a entrada de visitantes e convidados também está proibida.

Novo normal

A situação dos clubes na pandemia mudou bastante. Antes, A Hebraica recebia cerca de três mil sócios aos fins de semanas, mas para a reabertura estimava receber em torno de 500 pessoas. Já no Clube Pinheiros, a expectativa era a de voltar a operar com três mil sócios por dia, menos da metade do período anterior, que chegava aos oito mil.

Além dos procedimentos essenciais à reabertura, o Pinheiros elaborou uma cartilha detalhando as medidas adotadas e quais espaços estariam abertos ao público. Enquanto estão proibidas as atividades sociais em áreas infantis e no cinema, os serviços médicos estão preparados para atender mediante agendamento. O uso de elevadores deve ser individual ou restrito a membros da mesma família, e todos os sócios têm a temperatura aferida.

Para os clubes na pandemia, a falta de eventos representou grande perda financeira. Para se ter uma ideia, A Hebraica teve mais de 5.700 eventos em 2019, entre campeonatos esportivos, peças de teatro, shows e festas. Já o Clube Pinheiros contabilizou uma redução de 53% da receita de junho em comparação à previsão, segundo informações divulgadas pela imprensa.

Um levantamento do Sindi Clube feito entre 25 e 26 de maio deu conta de que 98% dos clubes do estado mantiveram a cobrança das mensalidades, mas 94% apontaram inadimplência. A pesquisa ouviu 83 clubes na pandemia de 45 cidades do Estado de São Paulo e apurou também que em 70% dos casos foi oferecido algum tipo de desconto nas mensalidades.

Para a maioria dos clubes na pandemia, a contribuição social tem sido a maior arrecadação. Em alguns deles, ela representa, hoje, entre 80% e 90% da folha de pagamento. A realidade dos funcionários tem sido ainda mais difícil: 72% dizem ter tanto a jornada de trabalho quanto o salário reduzidos. Na capital, esse número sobe para 82%. Já as demissões foram apontadas em 28% dos clubes no Estado.

Privilégio de sócio

Com a ampliação gradativa da abertura de atividades, os associados dos clubes na pandemia já estão sendo beneficiados com a possibilidade de frequentar piscinas e pistas de atletismo, uma vez que a medida foi autorizada pela prefeitura de São Paulo. As piscinas têm limite de seis horas contínuas por dia de funcionamento e devem operar com 30% da capacidade: só poderão receber uma pessoa por vez na raia e por até uma hora.

Quanto aos atletas que se preparam para os Jogos Olímpicos de Tóquio, estes só terão autorização para voltar a treinar em seus clubes quando não houver restrições de horários. A decisão vai na contramão das dos clubes de outros Estados: no Rio de Janeiro o Flamengo, por exemplo, reabriu para sócios e atletas testados para Covid-19.

As lojas internas dos clubes na pandemia tiveram autorização para reabrir ao mesmo tempo em que as de rua ou de shoppings. O mesmo aconteceu com bares e academias de musculação e ginástica.

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